Monday, December 17, 2007


CASTELOS DE ILUSÕES


"Erguemos castelos de ilusões

No céu de nossos dias

Trilhas sem fim

No solo de nossos sonhos

Abrimos caminhos

Pelas veredas de nossos devaneios

Tudo é vão

Não passa de uma ilha

A mil milhas de distância

Na profundidade de nossas crenças

Qual Atlântida submersa

Tudo um dia passa

Evapora-se feito fumaça..."


(Gustavo Adonias)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*



Tuesday, December 04, 2007


A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA

" E enquanto isso eu continuo a ser

Eu deixo e escrevo

Fui

Eu

E o meu passado

No que se faz a História

E o tempo

Tempo...tempo...tempo...tempo...

E sem ele

Estaria Dali

Te olhando

Sem entender

Tempo, tempo, tempo, tempo

Clamo!!!"


(Viviane Santana)

Thursday, November 29, 2007


DELÍRIOS DIÁRIOS

"Átomos

Átonos

Sons delicados


Elétrons

Elípticos

Sóis camuflados


Rotações

Sínteses, ângulos

Caminhos calculados


Enganos

Labirintos cerebrais

Bússolas desnorteadas


Íons

Fusos horários

Delírios diários..."


(Raiblue/Gustavo Adonias)
Imagem: "Voice of Space", Rene Magritte



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Sunday, November 11, 2007



ESTAR EXILADO


"Estar exilado

É estar fora

Com a parte de dentro conectada a lembranças, uma origem


É chorar

Com lágrimas exportadas

Num lugar onde ninguém se importa


É travar uma guerra surda

Com o pedaço que ficou

Com a flor que permaneceu na terra que nos gerou


Estar exilado

É estar e não estar

É ir, sem que a alma nunca deixe de voltar..."


(Gustavo Adonias)
foto: Sebastião Salgado


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Monday, October 22, 2007


BRASA


"Me lanço

No espaço

Traço

Meu mundo

Sem compasso

Na teia

Dos versos

Me embaraço

Meu destino

Eu mesmo faço

Com a corda

Da poesia

Laço

A vida

Doce lida

Minha asa

É a palavra

Lavra diária

Brasa

Que acende o lume

De minha casa..."


(Gustavo Adonias)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*



Sunday, October 14, 2007


MIRAGEM


"Agora tudo parou

Momento único

Aqui dentro o cotidiano

Lá fora o horizonte

Além, os montes

Que não existem

Mas estão ali..."


(Gustavo Adonias)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Monday, October 08, 2007




ALMA TRAPEZISTA


"Ando no fio da navalha

Equilibrando-me na corda bamba

Sobre os estilhaços da vida

Que sangra lá embaixo


Tudo fere

Tudo é anjo e fera

Ando pela louca esfera

Em longos instantes vazios

Ante-sala dos momentos agudos

Que perfuram o meu mundo


Cego atirador de facas

Minha mira é uma seta

Entre o fim e o começo

Fogo que arde

E me consome

E some ao fim da lenta combustão


Comunicação com o fundo

De minha alma trapezista

Que se joga

Sem rede de proteção..."


(Gustavo Adonias)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Thursday, September 27, 2007


ALMA GUERRILHEIRA

" Versos anti-aéreos

Guerra de letras

Bomba atômica na caneta

Palavras kamikazes

Disparando frases de efeito

Contra o peito aberto

Alvo fácil

Poesia-míssil

Arma contra o silêncio

Alma guerrilheira

Flores, poemas, trincheiras..."


(Gustavo Adonias)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Sunday, September 16, 2007


ÚLTIMO ARTIFÍCIO

"As flores vermelhas
No vaso sobre a mesa
Sangue rubro e quente
Vinho tinto indiferente
Já não deliro
Viajar já não é preciso
Viver também
Restam-me apenas segundos
Neles não cabem absurdos
Nem mesmo um grito
Já não convêm
Bebo o silêncio
Único antídoto
Último artifício
De um sonhador..."

(Gustavo Adonias / Raiblue)


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Monday, September 10, 2007


(E)LEVE-ME


" Leve minhas armas pra longe

Onde eu não possa mais encontrá-las

Leve essas mágoas

Além da curva do rio

Leve-me pra onde for

Dentro de ti

Pelos seus caminhos sem fim

Pelo grande sertão do seu corpo

Açudes e vontades

Leve como a plena pluma azul

Dos seus cabelos

Leve-me

Atraído pelo seu novelo

Ao fim da linha

Ao sim da senha

(E) leve-me..."


(Gustavo Adonias)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*



Tuesday, September 04, 2007


SENTIMENTOS INCOMPATÍVEIS


"Trago em mim sentimentos incompatíveis

Com o frio que faz lá fora

Aqui dentro uma imensa vontade

Lá fora tudo se dissipa

Aqui dentro diamantes brilhantes

Lá fora mero fragmento fosco

Há multidões aqui dentro

Prontas para uma revolução

E lá fora é só deserto

Uma estranha coerção

Se por dentro queimo

Minha casca por fora é seca

Já passou a combustão

Dentro de mim tenho um universo

Fora, há cada vez menos estrelas

Aqui dentro o vazio é minha asa

Lá fora o desejo de voltar pra casa..."


(Gustavo Adonias)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*


Thursday, August 30, 2007


ABRIGO

" Mais um dia qualquer
Banal, cotidiano
Carros, ruas, gente
Tudo como sempre
Dê-me a sua mão
Conheço uma passagem
Para outro lugar
Onde ninguém pode nos achar
Um mundo diferente
Utopia
Fantasia
Antídoto
Para esta realidade fascista
Que insiste em querer
Nos fazer pensar
Que é a única via
Vem comigo
Sou de outra dimensão
E conheço um abrigo...."
(Gustavo Adonias)

*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Tuesday, August 14, 2007


TANTAS PORTAS

"Noite fria

Um vinho

Um verso

Doce vício

Todo um universo

Dentro do coração

Caminhos sem fim

Tantas portas

Passagens

Viagens

Chuvas internas

Azuis lanternas

Longínquos faróis

No mar que há em mim..."


(Gustavo Adonias)



* Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Friday, August 10, 2007


INVISÍVEL TRAJETO

"Somos um sonho de água e vento
Maleáveis por dentro
Contra o duro concreto das cidades
Erigimos castelos de areia
Com nossa última certeza
Pequena centelha que nos ilumina
Pescamos estrelas no poço de dentro
Mar alto contra o cinza do asfalto
Tateamos na escuridão do labirinto
Nosso mundo de espelhos
Que refletem o invisível trajeto
Ao fim do qual chegaremos sem máscaras
Ao centro de nós mesmos
Ilha de profundos desejos
Muito além da selva de pedra
Bem longe da guerra moderna
Do homem contra si mesmo."

(Gustavo Adonias)


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Tuesday, July 31, 2007


PÓLEN-POESIA


" Cultivo as palavras

Plantas raras

Em um jardim sem flores


Polinizo o mundo

Pólen-poesia

Em uma colméia vazia


Deixo a luz entrar

Lume vago

De um farol sem mar


Liberto os pássaros

Vôo cego

Em uma gaiola de ar


Coleciono búzios e conchas

Restos do oceano

Em um hoje deserto habitát


Alimento os sonhos

Inútil lida

Em um mundo que não sabe mais delirar..."


(Gustavo Adonias)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional sob número registro 401.580*

Tuesday, July 24, 2007



ALADO


"Sou um ser alado

De asas azuis e sonhos sem fim

De olhos que refletem o céu

De voz calada, quase muda

Mudo de plumagem

Mudando de ares a cada instante

Nesse vôo sem fim, sem escalas

Pra dentro de mim

Sinto assim

Voar não é só para os pássaros..."


GUSTAVO ADONIAS


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional sob registro 401.580*

Thursday, July 19, 2007


EQUIDISTANTE


"Parto de um porto

Pequeno ponto

Ao norte do meu canto

Equidistante

Da minha fonte

Ao sul do muro

Que separa o meu ser

Do outro ser que me habita

Nas horas aflitas

De silêncio confesso."


(Gustavo Adonias)


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional sob registro 401.580*

Sunday, July 15, 2007


AT(EU)


"Este deus que não existe

Habita o meu vazio

Minhas horas vãs

Ele me empresta

As palavras que emprego

Nos meus momentos de silêncio absoluto

Ele me abre os olhos

Para meus pontos cegos

Ofuscados pela luz que há em mim

Ele me cura

Dessa imensa loucura

Febre terçã

Ele me faz exorcizar

Pensamentos insanos

É ele enfim

Que me despe

De minhas dores da alma

Esse deus que não existe

Sou eu

Eu o crio à minha imagem

Semelhante à minha desesperança."


(Gustavo Adonias)


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Wednesday, July 11, 2007


ELOQUÊNCIA SECRETA


"Prefiro as pausas entre as falas

Onde as palavras gritam

Eloquência secreta

Dos silêncios..."


(Raiblue)


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*


Tuesday, July 03, 2007


MEU FADO


"Meu fado

É fardo farto

Fruto do muito

Que luto

Menor

Que muitos outros fatos

Que outros tantos cantos

Dramáticos

Meu fado

É tímido

Quase calado

Fado cansado

De tudo que é fadado

À um falso efeito

Dentro do peito."


(Gustavo Adonias)


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional sob número 401.580*

Thursday, June 28, 2007


RODA DA SINA

"Mina de ti tua sina


Gêmea siamesa do destino


Vento que apaga a flâmula


Ou inflama a velha chama


Labirinto sem fim


Ou caminho aberto pelo novelo


O destino nas cartas


Ou na lâmina do corte


Vida ou morte


Azar ou sorte


Que destino será que te destina


A roda, mandala


Moinho eterno


Da velha sina


Que de ti mina ? "


(Gustavo Adonias)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional sob número 401.580*


Wednesday, June 20, 2007


LONGA AVENIDA DO MEU SER


"Atravesso a longa avenida do meu ser

Munido de certezas vãs

Blindado de seguranças inúteis

Trago o meu sol portátil

Retrátil lumiar que me faz brilhar

Antes de desaparecer no meio de tudo

Antes de esquecer-me do início das coisas

Lembranças porosas, pálidas

Pedaços de ícones

Instantes líquidos

De meu precipício ambulante

Não sou igual, nem diferente

Arrisco, e meu risco é ter segurança

Insisto, e já não sei se é isto

Que me faz sentir como eu sou

Sou mais um

E ao mesmo tempo único

Só eu me vejo como eu acredito que sou realmente

E enquanto penso sobre isto

As nuvens passam

Sem notarem que eu existo."


(Gustavo Adonias)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional sob o número 401.580*



Friday, June 15, 2007



BANAL ESTRANHAMENTO


"Olhos atentos

Aos fragmentos

Inúmeras ilusões

Vidro vivo dos corações

Precipícios

Dores e artifícios

Caminhos brutos

Nas pedras duras

Que levam para dentro

De momentos

De banal estranhamento."


(Gustavo Adonias)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional sob número 401.580*


Friday, June 08, 2007




PÁSSARO DAS ESTRELAS

"Sou pássaro das estrelas


Vôo através de constelações


Nenhum céu é limite para minhas fronteiras


Refaço o caminho dos cometas


Livre através dos astros


Visitante azul dos longínquos mundos


Minha terra é aquela


Que há dentro do meu coração


Minha casa é onde


Eu finco minha liberdade


Raízes soltas


Da emoção."




(Gustavo Adonias)






*Poesia registrada na Biblioteca Nacional sob número de registro 401.580*










Monday, June 04, 2007



NIETZSCHE(ANDO)


"A estrela

Que trago em mim

Brilha

Quase ofusca

A minha busca


O meu abismo

Me assusta

Mas tenho asas

E um ser que dança

Dentro de mim."


(Gustavo Adonias)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional sob número de registro 401.580*

Wednesday, May 30, 2007


LEMINSKI(ANDO)


"Na madrugada

Procurando por mim mesmo

Ando à esmo

Uma poesia sem fim
Um drink

Um blues

Existencial busca."


(Gustavo Adonias)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional sob o número 401.580*

Sunday, May 27, 2007


DRUMMOND(ANDO)


"Tinha um Carlos


No meio do caminho


Um gauche, um anjo torto


Que se fosse pedra


Seria um duro minério de ferro de Itabira


Seria rima


Não seria solução


E nessa vã filosofia


Outra estrela


Arderia


No Drummondiano


Coração


E a ciranda continuaria


João amava Teresa que amava Raimundo...."




(Gustavo Adonias)








*Poesia registrada na Biblioteca Nacional sob número 401.580*






Saturday, May 26, 2007

*Todas as minhas poesias estão registradas na Biblioteca Nacional sob o número de registro 401.580*

Thursday, May 24, 2007



VULCÃO DO TEMPO


"Farol vermelho

Avesso do avesso

Runas e ruínas

Espelhos e labirintos

Subterrâneos oceânicos

Vulcão do tempo

Submerso na cidade vazia."


(Gustavo Adonias/Raiblue)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*



Monday, May 21, 2007


SINA


"Ser o que não sou
É a minha sina

Tudo o que não fui
Me trouxe até quem eu sou

Minhas falhas me exprimem
Meus defeitos me definem

Não sei ser outro
Não sei se saberia

Navego por tantos mares
Sem saber se chegarei à alguma ilha."

(Gustavo Adonias)

*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Friday, May 18, 2007


POETA MARGINAL


"Poeta marginal


Profeta do caos


Papa da palavra que corta


Embaixador do caminho sem volta


Advogado da paixão sensual


Patriarca do espírito sem amarras


Semi-deus do escárnio


Louco que rima tudo com dor


E traz o coração na ponta de um punhal."


(Gustavo Adonias)


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Monday, May 14, 2007


PÊNDULO


"O pêndulo oscila

Entre a estrela e o precipício

O que parece fim de repente é começo

A vida e o corte da morte

A vontade e o largar-se

Às vezes existo, outras desisto

Tenho um lado indignado, outro conformado

A liberdade e a algema

Armadilha e refúgio

Realidade e subterfúgio

Tenho tempo de sobra, e cada vez menos momentos

Dividem meu ser

A mente e o eu que sente

Oposições sem fim dentro de mim."


(Gustavo Adonias)


* Poesia registrada na Biblioteca Nacional *

Friday, May 11, 2007


PÔR-DE-MIM

"Às vezes me sinto fora de tudo
Como se o mundo não passasse de ilusão
Sonho, miragem, visão
E eu só existisse em mim
Dentro, sem lado de fora
Enquanto o sol se põe
Eu me ponho em mim."

(Gustavo Adonias)

*Poesia registrada na Bilblioteca Nacional*

Tuesday, May 08, 2007



DERIVA


"À deriva de mim mesmo

Sem porto certo

Sem ponto de referência

Partir é a minha sina

Sentir o cheiro da maresia

Navegar ao lume dos astros

Sumir em alto mar

Última fronteira a me habitar."


(Gustavo Adonias)


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Saturday, May 05, 2007



TODO MEU EU


"Minha Atlântida, minha Lemúria

Meu continente perdido

Flor rara do Himalaia

Deusa inca, asteca, maia

Minha canoa

Flecha do meu arco

Lua do meu ritual pagão

Sol da minha purificação

Minha poção mágica

Bálsamo

Santo graal, pedra filosofal

Minha mandala

Kama sutra

Nirvana

Meu karma

Minha calma

Meu sonho

Minha senha
Meu Norte

Minha trilha

Minha sede, minha fome

Meu ser

Meu sentir

Você está inteira em mim

É todo meu eu."


(Gustavo Adonias)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*


Wednesday, May 02, 2007



SUBVERSO


"Minhas margens

Se afogam em mim

Bóio sem fim."


(Gustavo Adonias)


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Saturday, April 28, 2007



MECANISMO


"A casa do sol

Se pondo como um imenso manto

E a noite

Vindo como alívio e açoite


O astro-rei

Como um caracol

Entrando em sua capa

Carapaça astral


A noite subindo

Como na volta de um mergulho

Nas ilhas submersas

Do dia


O ciclo cósmico

Karma próprio

Mecanismo do relógio

Empurra as estrelas para nosso campo de visão."


(Gustavo Adonias)


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*


Tuesday, April 24, 2007


REDESCOBERTA


"A redescoberta se dá no dia-a-dia

Nas coisas banais, aparentemente iguais

Mas únicas

Círculos dentro de círculos

Carrossel, moinhos de vento

Aproximando os diferentes caminhos

Abrindo possibilidades novas, sem fim

Fazendo redescobrir que a vida também é festa

Magia saborosa e sedutora

Sinfônica orquestra cotidiana."


(Gustavo Adonias / Raiblue)


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Saturday, April 21, 2007


SERTÃO DE SER


"Sertão de ser

Ser tão eu

Ser não sem você

Sem chão sem te ver

Sem fim em mim

Racham-se ilusões secas."


(Gustavo Adonias)


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Wednesday, April 18, 2007


MERGULHO EM MIM


"De tanto mar


Sou assim, pirata e navegante


De tanto azul


Sou sobrenatural


Brilho no escuro


De tanto delirar


Me tornei poeta


Minha vida é uma flecha


Fere fundo, dolorosamente


Minha vida é uma festa


Comemoro cada último segundo


Ai de mim se não fosse assim


A poesia é meu antídoto


Meu rosto,meu gosto, meu gozo


É um estar fora de mim


Quando em mim há qualquer coisa de razão


É um soltar as âncoras


Libertar todo o meu coração


Mergulhar fundo no abismo da emoção."


(Gustavo Adonias)


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*


Saturday, April 14, 2007


NOITE

"A noite chega pra uns como chaga

Aberta ferida do silêncio

Para outros a noite é bálsamo

Alívio para um dia pequeno

Uns vêem a noite como terreno mágico

De anjos e assombros

Outros se recusam a qualquer fantasia

Raciocinam a noite como só mais um punhado de horas frias

A noite derrama sobre alguns um líquido sensual

Chuva, orgasmo e veludo

Para outros é a hora da agonia

Quando os lençóis se tornam cordas a torturar

Há os que acham que a noite é apenas mero descanso

Diferentemente dos insones

Que passam pela noite como por um deserto de areias sem fim

Para os poetas e sonhadores, que sonham acordados

A noite é uma fada azul delirante

Noite, casa das mil máscaras, espelhos infinitos."


(Gustavo Adonias)


*Poesia registrada da Biblioteca Nacional*

Tuesday, April 10, 2007


PÚRPURA ADAGA

"Forjei lâmina

De aço em brasa

Flor incendiária

Quase uma lenda


Cortei montanhas

Dividi continentes

Fui rei e senhor

De terras e gentes


Mas um dia ela surgiu

Com uns olhos devastadores

Derreteu o bruto aço

Apenas com a sua doce presença


Escreveu minha sentença

Meu império caiu

Então descobri que nenhum arsenal

Vence a arma mais sutil e poderosa que há

A púrpura adaga do amor."


(Gustavo Adonias)
* Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Sunday, April 08, 2007


MEIO

"Ando a esmo
Em mim mesmo
Me perco

Não há meio
De ser inteiro
Sou meio."

(Gustavo Adonias / Raiblue)


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Friday, April 06, 2007



EM MIM


"Trago em mim

Minhas próprias asas

E também minha gaiola


Um olhar atento

E a cegueira mais profunda


Trago a floresta mais densa

E um machado afiado


Há em mim o vazio de um deserto

E o caos da metrópole


Um lago transbordante

E a sede mais terrível


Trago em mim o que me salva

E o veneno que um dia me matará."



(Gustavo Adonias)


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Monday, April 02, 2007



ADEUS ILUSÃO


"Eu me dispo


Viro-me ao avesso


Arranco essa falsa aparência


Essa ânsia de parecer normal


De andar como os outros andam


Viver a mesma vida homogênea


Sonhar os mesmos sonhos


Ser a mesma coisa


Pessoa de sempre


Sem heterônimos


Sem ter um outro eu


Que goze a vida


Eu só sei da ferida


Da viva e vermelha chaga


Que chama-se coração


Chama que chega na garganta


E me faz gritar mudo:


'Adeus ilusão' ."


(Gustavo Adonias)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*




Thursday, March 29, 2007


O OBSERVADOR


"Observo tudo

Sou um simples observador

Detenho meu olhar

Diante da dor, das pequenas alegrias

Dos mínimos detalhes

Passo dias e noites apenas observando

Sou o observador

Para mim não há pecado nem perdão

Apenas os fatos

Matéria-prima

Nuances de cada vida

Observo as faces e feridas

Encontros e despedidas

Pois assim esqueço de minha dor

Dor de ser um simples observador."


(Gustavo Adonias)
*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*


Tuesday, March 27, 2007


ROSTO PERDIDO


"Perdi meu rosto

Ainda o vejo exposto em cada velha foto

De fato já não o tenho

Temo não mais encontrá-lo

Rondo as redondezas em seu encalço

Seu desfalque é meu percalço

Aprazia-me poder vê-lo

Olho o espelho deserto

Decerto havia um rosto ali

Alimento a esperança de encontrá-lo

Fitá-lo novamente é o que desejo

Vejo que sem ele não existo

Não desisto de buscá-lo

Sinto-me desnorteada

De nada vale a vida sem que o tenha

Perdi meu rosto

Dentro dele havia um sorriso

Se encontrá-lo, favor me devolva

Recompensarei com o que for preciso."


(Manuella Coelho)

Monday, March 26, 2007


CONCRETO


Sou concreto
como os desejos
que se derramam
e respingam nos azulejos.

Concreto como um precipício
corpo que cai
sem tempo
de olhar para trás.

Concretocortante
menos que diamante
talvez mera pedra
que quebra o vidro.

Sou concreto
e disso ninguém pode duvidar
trago em mim a dúvida
que um dia se concretizará...


(Gustavo Adonias)
*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Saturday, March 24, 2007


GIRA-VIDA

"Espiral azul

Você dando voltas no cabelo com o dedo

O mundo girando em um balé cósmico

Tudo gira

A vida desfila

Porta-bandeira em apoteose

Borboletas em redemoinhos

Folhas caindo em ritmo

Rodando

Você rodopiando à minha passagem

Paisagem em movimento

Moinho de vento

Tudo gira

Gira vida."


(Gustavo Adonias)
*Poesia Registrada na Biblioteca Nacional*

Wednesday, March 21, 2007



FILOSOFIA

"Filosofia


Fim ou começo ?


Fato ou fantasia ?


Fundo


Fenda


Fagulha


Flor da mente


Futuro fatiado


Foco no desconhecido


Feminina luz


Fascinante


Fatídico destino


Fogo fatal


Fundamental pedra."


(Gustavo Adonias / Raiblue)


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Sunday, March 18, 2007


ALMA DO BLUES


"Ouço um blues

Olhando para o céu sem rumo

Minha alma desarrumada

Lança-se alada

Mergulha no cosmo da cidade caótica, sem nexo

Bebo vinho sem pensar em nada

Desejo e desvario

Neste mundo tão frio

Desfazendo-se a cada minuto em ilusões

Nada volta atrás

Às vezes só a alma do blues

Me satisfaz."


(Gustavo Adonias)
*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*