Monday, October 08, 2007




ALMA TRAPEZISTA


"Ando no fio da navalha

Equilibrando-me na corda bamba

Sobre os estilhaços da vida

Que sangra lá embaixo


Tudo fere

Tudo é anjo e fera

Ando pela louca esfera

Em longos instantes vazios

Ante-sala dos momentos agudos

Que perfuram o meu mundo


Cego atirador de facas

Minha mira é uma seta

Entre o fim e o começo

Fogo que arde

E me consome

E some ao fim da lenta combustão


Comunicação com o fundo

De minha alma trapezista

Que se joga

Sem rede de proteção..."


(Gustavo Adonias)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

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