Thursday, December 25, 2008


PALAVRAS MOLHADAS

As palavras escorrem

Molhando os minutos

Manchando as certezas

Inundando os canteiros

De flores murchas

Dissolvendo o perfume

Em inodoras horas

Diluindo os momentos

Com a cor do nada

Incolores correntes arrastadas

Derretendo-se na alma

Em insípidas madrugadas

Permanecendo no aquário da memória

Inoculando o veneno fluído das lembranças

Em doses homeopáticas

Soro com gosto de lágrimas

Sabendo-se que no fim

Tudo escoa pelo ralo

E só o tempo seca as palavras...


(Gustavo Adonias)


*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*