Wednesday, September 27, 2006

MAIS UM DIA COMUM

"A noite rima com açoite
No tênue limite
De mais um dia em vão

Ouvindo uma longínqua canção
Blues eterno de uma vida sem emoção
Desperto sem alma, em uma ilha só minha

Costurando as ilusões de uma vida perfeita
Castelo de areia desfeito
Por uma enchente instantânea

Nestas horas o céu arde em chamas
Os anjos derretem
Em uma lenta explosão

O vento passa feito navalha
A cama arde
Em mais um século de solidão

A chuva do leste
Traz aves de rapina
O medo rasteja pelo chão

Em poucas horas tudo isso passará
A cidade acordará pronta
Para mais um dia comum."

(Gustavo Adonias)

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