Sunday, September 17, 2006


ESTRANHAMENTO EM 2046

" Futuro próximo, talvez 2046
A cidade com sua etnologia da solidão nos olha
Os homens são sombras e passam desfocados
Tudo é ex-estranho
Estranhamento sem tamanho
O desejo desespero de voltar no tempo
O profeta revolucionário
Antevia com toda a paciência
Com seus olhos de raio x
O último por do sol
Ao longe músicas antigas
De um tempo já sem volta
Talvez Perfídia, Siboney
Já nem sei
Só tenho uma certeza (tinha até 1 segundo atrás)
Esse mundo de agora é hoje
Amanhã já se foi...."
(participação especial: Paulo Leminski, Lenine, Marcelo Reis, em 2046)

(Gustavo Adonias)

1 comment:

Raiblue said...

Bom dia,Gu!!Que composição maravilhosa!Como vc conseguiu reunir todos esses elementos de uma forma harmoniosa ,coerente! Na verdade esse ex-estranhamento já podemos snotar no "agora',onde o que deveria ser estranho torna-se banal,e a multidão já nem percebe-se ,nem nota o "absurdo'
de certas coisas que a rodeiam...absurdos tão cotidianos que se desmancham no ar e aí ficam impregnados, e ninguém mais estranha... O homem dito "moderno" vai respirando suas partículas sem se dar conta... E ,então,há uma inversão :o estranhamento é que seria um absurdo...

Que surpresa fantástica,simplesmente amei seu poema!parabéns,meu lindo!
um beijo