PALAVRAS MOLHADAS
As palavras escorrem
Molhando os minutos
Manchando as certezas
Inundando os canteiros
De flores murchas
Dissolvendo o perfume
Em inodoras horas
Diluindo os momentos
Com a cor do nada
Incolores correntes arrastadas
Derretendo-se na alma
Em insípidas madrugadas
Permanecendo no aquário da memória
Inoculando o veneno fluído das lembranças
Em doses homeopáticas
Soro com gosto de lágrimas
Sabendo-se que no fim
Tudo escoa pelo ralo
E só o tempo seca as palavras...
(Gustavo Adonias)
*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*
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