SAGA DA PALAVRA
Letras minguadas
Aguadas sílabas
Vão escorrendo
Pela fria vidraça
Formando palavras-casulos
Nascedouros de palavras-borboletas
Ninhos de palavras-passarinho
Toda uma fauna e flora de palavras
Desabrocham de mansinho
Assim que a fina pena toca
O relevo alvo do papel
Poéticas pálpebras se entreabrem
E a molhada lágrima-palavra
Leva e lava a estrada
Rumo à palavra-enseada
Velas-palavras abertas da alma
A derramarem-se no oceano da poesia
E sumirem tão calmas
Como surgiram...
(Gustavo Adonias)
*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*