ALMA TRAPEZISTA
"Ando no fio da navalha
Equilibrando-me na corda bamba
Sobre os estilhaços da vida
Que sangra lá embaixo
Tudo fere
Tudo é anjo e fera
Ando pela louca esfera
Em longos instantes vazios
Ante-sala dos momentos agudos
Que perfuram o meu mundo
Cego atirador de facas
Minha mira é uma seta
Entre o fim e o começo
Fogo que arde
E me consome
E some ao fim da lenta combustão
Comunicação com o fundo
De minha alma trapezista
Que se joga
Sem rede de proteção..."
(Gustavo Adonias)
*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*
No comments:
Post a Comment