Thursday, April 17, 2008


DIVINA COMÉDIA DA MENTE


Com as ilusões dilaceradas pela realidade


Parto em longa viagem


Pelo abismo que há em mim


Itinerário incerto


De loucas estrelas em queda livre


Pelo céu do meu sub mundo


Utópico lugar


De seres inimagináveis


E paisagens irrealmente belas


De estranhas criaturas


Que habitam minhas cavernas mais obscuras


Um mundo feito à imagem e semelhança


Dos meus mais profundos desejos


Sem segredos


Despojados das máscaras cotidianas


Onírica travessia


Pelos meus paraísos, infernos e purgatórios


Divina comédia da mente


Meu refúgio, sempre que o real me condena


Ao tédio dos dias sem fim...


(Gustavo Adonias)



*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*

Wednesday, April 02, 2008


UMA NOITE DE BLUES

Uma noite de blues
Em um bar qualquer

Lá fora a chuva

Molhando as ruas

Cá dentro, o azul-neón

Um drink, um cigarro

E a voz rouca de um velho bluesman

Dedilhando em sua guitarra

Doce e melancólica melodia

Música acendendo a memória

"Soul" ecoando

O som da gaita ardendo

Louca energia embriagando os sentidos

Trazendo de volta as vibrações do Mississipi

As canções de trabalho dos antigos escravos

Espíritos libertos, "Spirituals"

Faço uma viagem sem sair do lugar

Apenas com o som no ar

Azul a brilhar...


(Gustavo Adonias)




*Poesia registrada na Biblioteca Nacional*